Falta do hábito de se exercitar virou epidemia no Brasil

Inatividade física já estaria relacionada a 300 mil mortes por ano no país

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O Brasil vive uma epidemia de inatividade física que provoca nada menos do que 300 mil mortes por ano no país. O alerta foi feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)  nesta sexta-feira, durante o lançamento do Prêmio Mais Movimento, em São Paulo.

No mundo, esse número chega a 5,3 milhões de óbitos relacionados à falta do hábito de se exercitar ao menos 30 minutos por dia.

– A inatividade vem piorando ano a ano, e isso não compromete somente o desenvolvimento físico, mas também intelectual e emocional. Temos de barrar isso – reforçou Niky Fabiancic, coordenador residente do Sistema das Nações Unidas e representante-residente do Pnud no Brasil.

Uma das metas do prêmio – voltado a iniciativas individuais, coletivas, públicas e privadas – é disseminar boas ideias que promovam a prática de exercícios, cuja falta está relacionada a doenças como hipertensão, obesidade, diabetes e depressão. As propostas poderão envolver experiências positivas para crianças, valorizando a atividade física desde cedo, ou voltadas ao dia a dia de pessoas de todas as faixas etárias.

Os projetos devem ter pelo menos seis meses de existência e uma preocupação com o papel de inclusão do esporte. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site premiomaismovimento.org.br até 29 de maio.

– Queremos valorizar e premiar iniciativas que tenham esse olhar universal, de inclusão – diz Juliana Soares, coordenadora de projetos do Pnud.

Durante o lançamento do prêmio, a coordenação do Pnud no Brasil informou que está preparando um novo Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional (RDH), em que será explorada a relação da população brasileira com a atividade física. Dados do Ministério do Esporte de 2015 apontam que somente 55% dos brasileiros ativos são envolvidos com esportes ou atividade física.

O dado é mais preocupante quando se considera gênero: a frequência de atividade física entre os homens é de 41,6%, enquanto entre as mulheres é de 30,4%.

– Não há como um país se desenvolver com índices de obesidade e doenças relacionadas à inatividade crescendo. É preciso mudar essa cultura – disse a coordenadora do Pnud no Brasil, Maristela Baioni.

Os dados desse relatório devem estar organizados até o início do ano que vem. Até lá, o programa pretende, além do prêmio, ampliar a atuação em escolas e instituições para melhorar a formação de professores e agentes sociais quanto aos conceitos de atividades físicas e, em parceria com o MEC, IBGE, Ministério da Saúde, entre outros órgãos, realizar uma pesquisa sobre esporte e atividade física nas escolas, como fator de desenvolvimento humano.

Número

Segundo a OMS, apenas 30% da população mundial é fisicamente ativa e somente entre 2% e 5% fazem exercício em volume ideal (30 minutos por dia)

 

FONTE: ZERO HORA