Estilo de vida mais saudável reduziria casos de câncer à metade, diz pesquisa

Praticar exercícios, comer bem e não fumar são hábitos chave para prevenir o câncer

Estilo de vida mais saudável reduziria casos de câncer à metade, diz pesquisa Andréa Graiz/Agencia RBS

A metade de todos os cânceres poderia ser evitada se as pessoas adotassem estilos de vida mais saudáveis, afirmaram cientistas norte-americanos em um estudo publicado esta semana. O tabagismo é responsável por um terço de todos os casos de câncer nos Estados Unidos, e até três quartos dos casos de câncer de pulmão no país poderiam ser evitados se as pessoas não fumassem, destacaram em artigo publicado na revistaScience Translational Medicine.

Estudos científicos já demonstraram que muitos outros tipos de câncer também podem ser evitados, seja com vacinas, como as disponíveis contra o HPV (papilomavírus humano) e a hepatite, que podem provocar câncer de colo do útero e de fígado, ou com proteção contra a exposição ao sol, que pode causar câncer de pele. A sociedade precisa reconhecer a necessidade dessas mudanças e levá-las a sério na tentativa de desenvolver hábitos mais saudáveis, alertaram os pesquisadores.

— É hora de investirmos em aplicar o que sabemos — disse a principal autora do artigo, Graham Colditz, epidemiologista do Centro Oncológico Siteman da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.

Praticar exercícios, comer bem e não fumar são hábitos chave para evitar quase a metade das 577 mil mortes por câncer nos Estados Unidos previstas para este ano, um número superado apenas pelas doenças cardíacas. Mas os especialistas destacaram uma série de obstáculos para as mudanças de hábito. Entre eles, o ceticismo de que o câncer pode ser evitado e o hábito de intervir tarde demais para deter ou prevenir um tumor maligno já instalado. Além disso, grande parte das pesquisas sobre o câncer se concentra no tratamento no lugar da prevenção, e tende a ter uma visão de curto prazo no lugar de um enfoque de longo prazo.

As grandes diferenças de renda entre as classes sociais também são apontadas como como complicadores para evitar a doença, fazendo com que os mais pobres fiquem mais expostos a fatores de risco: “as mamografias, os exames de cólon, o apoio para a dieta e a nutrição, os recursos para parar de fumar e os mecanismos de proteção solar simplesmente estão menos disponíveis para os pobres”, diz o estudo.
Fonte: Zero Hora – Bem Estar