Brasileiro ainda pratica pouca atividade física, mas consome menos carne gordurosa e está fumando menos

O VIGITEL, sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por meio de Inquérito Telefônico, publicou os resultados encontrados no ano de 2010 e os comparativos com os anos anteriores. Como a amostra de 54 mil pessoas é bastante grande e tende a ser representativa da população, trataremos os resultados como se fosse de toda a população brasileira.

De uma forma geral, temos mais a comemorar do que lamentar. Vamos aos principais resultados:

TABAGISMO

Quanto a tabagismo, verificou-se que 15% das pessoas são fumantes. Embora esse número venha decrescendo desde 2006, o percentual apontado ainda é alto e preocupa. O lado bom desse indicador é que dentre esses 15% fumantes, apenas 30% deles (ou 4,5% da população) fuma 20 ou mais cigarros. Vale salientar que a prevalência de fumantes é sempre maior no sexo masculino. Mas os dados apresentaram um porém. O homem fuma mais mas está ou diminuindo seu consumo ou largando. Já as mulheres, o perfil tabagista está se mantendo.

Outro dado interessante sobre o tabagismo é sua comparação com a escolaridade. Se na média da população temos 15% de fumantes, entre os menos estudados esse indicador passa para 18% e para aqueles com mais de 12 anos de estudo essa média cai para 10%. Esses dados ressaltam a importância da informação/escolaridade no processo de mudança e da adoção de um estilo de vida mais saudável.

O estudo ainda salienta as capitais mais tabagistas. Em primeiros lugares empatados, com 20% de adultos fumantes, está Rio Branco, São Paulo e Porto Alegre. No outro lado da escala, destacando-se com uma capital que fuma pouco está Salvador (8% de adultos fumantes apenas).

CONSUMO DE ALCOOL

Quanto ao consumo de bebida alcólica em doses excessivas (5 doses ou mais entre homens e 4 doses ou mais entre mulheres) o Vigitel conclui que temos em média na nossa população 18% dessas pessoas. Embora esse indicador venha caindo nos últimos anos (2008 era 19%), ele ainda está mais elevado do que em 2006, quando o consumo de bebida alcoólica ficava em torno de 16%. Assim como o tabagismo, o alcolismo também prevalece nos homens.

Na analise por capitais, a escala se inverteu quando comparado ao tabagismo, apresentando Rio Branco, São Paulo e Porto Alegre como aquelas capitais menos alcoólicas e Salvador como uma das mais alcoólicas.

INDICADORES DE ALIMENTAÇÃO

Quanto ao consumo de alimentos que visam nossa “PROTEÇÃO”, destaca-se que apenas 18% das pessoas consomem aquilo que nós é o recomendado em termos de frutas e hortaliças (5 ou mais porcos por dia). Quanto ao sexo, percebe-se diferenças importantes, onde as mulheres (20%), como era de se esperar, apresentam esse indicador um tanto melhor que os homens (15%).

Já no ambito dos alimentos de “RISCO”, verifica-se que um consumo elevado de carnes com excesso de gordura, onde em média 34% da população tem esse perfil. Novamente, os homens (45%) se destacam nos comportamentos de risco, consumindo mais carnes com gordura do que as mulheres (24%). Dessa vez a diferença foi muito grande. Ainda nessa categoria de alimentos, o estudo revelou que uma grande parte da nossa população consome refrigerante quase que diariamente, onde esse indicador chega a 30% nos homens.

Destaca-se novamente a relação de escolaridade com comportamentos mais saudáveis. Em todas as categorias de alimentos, seja eles de risco ou de proteção, aquelas pessoas com maior escolaridade diferenciou-se dos demais em relação ao seu perfil de consumo. Destacamos novamente nossa percepção que só a educação promove mudanças profundas e duradouras.

ATIVIDADE FÍSICA

Para análise dos indicadores de atividade física, o VIGITEL também separou sua avaliação em indicadores de “proteção” e de “risco”. De proteção seriam a atividade física no lazer e atividade física no tempo livre ou deslocamento. As variáveis de risco seria inatividade física e televisão 3 ou mais horas por dia. Vamos aos resultados.

Chama a atenção que apenas 14% da população adotam práticas de atividade física em seu lazer, embora 30% delas colocam em seu dia-dia como deslocamento. Nas variáveis de risco, 28% da população assisti de 3 ou mais horas de televisão por dia.

Quando analisamos por sexo, diferentemente dos outros indicadores (fumo, alimentação e álcool), os homens nesse quesito adotam hábitos mais saudáveis se comparados as mulheres. Ou seja, os homens são mais propensos a atividade física no lazer e no deslocamento. Mas como nem tudo são flores, eles também passam mais tempo em frente da televisão do que elas.

Quando relacionado ao grau de escolaridade, percebe-se que aqueles com mais anos de estudo tendem tanto a adotar mais a atividade física nos seus momentos de lazer quanto a ficar menos horas em frente a televisão se comparados aqueles de menor escolaridade.

A noticia ruim, é que o estilo de vida da população quando o quesito é a “atividade física” estagnou-se ao longo dos últimos 7 anos.

O estudo ainda revelou, em sua analise por capitais, que a população do distrito federal supera em muito as pessoas de outras cidades na prática de atividades físicas nos momentos de lazer. Porto alegre ficou entre as 7 mais ativas nesse quesito.  Quando o item trata de atividade física no lazer e no deslocamento, Porto Alegre fica na média.

Ainda sobre as capitais, quanto o indicador é assistir 3 horas ou mais de televisão diária, novamente Porto Alegre assumi posições saudáveis, ficando entre as 7 capitais que menos assisti.

Em resumo, o estudo VIGITEL revelou que poucos praticamos atividade física, embora Porto Alegre assuma, na maioria das vezes, posições de destaque quando se trata de cuidar da saúde e evitar o sedentarismo.

FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE

http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1521