Relação Custo-Benefício – NOVE BONS MOTIVOS para realizar Análise Ergonômica do Trabalho

Segundo dados da Previdência Social, 90% dos trabalhadores são afastados de suas funções por problemas ergonômicos e psicológicos. O contingente de empregados fora das empresas por estas enfermidades pode ser amenizado com uma importante tomada de decisão: a aplicação correta da Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

Uma análise ergonômica, ou seja, uma avaliação dos perigos ao manusear equipamentos, máquinas ou ambientes laborais durante a execução das atividades profissionais, pode evitar possíveis ocorrências de afastamento dos trabalhadores. Isso porque ela não apenas previne problemas de saúde no ambiente de trabalho, como também resguarda a empresa de possíveis ações judiciais e penalidades.

Neste artigo vamos entender por que a ergonomia deve ser levada em consideração nas tomadas de decisão da empresa e qual a relação custo-benefício da AET para o negócio. Confira!

Por que a ergonomia deve fazer parte da tomada de decisão da sua empresa?

A relação entre o bem-estar e a produtividade dos trabalhadores da sua empresa e o impacto direto da ergonomia no trabalho devem ser considerados como elemento de tomada de decisão. Quer saber por quê?

Conhecida como o estudo da relação do homem com seu espaço de trabalho, a ergonomia avalia os perigos das atividades laborais e especifica as circunstâncias ideais para a execução dessas ações.

No Brasil, a norma NR-17 determina quais são os parâmetros utilizados a fim de adequar as condições de trabalho às peculiaridades físicas e psicológicas dos funcionários. Ela define que todo empregador é obrigado a fazer a AET em seus funcionários.

Nessa avaliação deve ser considerada uma grande quantidade de pontos sobre a atividade laboral. Entre eles:

  • levantamento que exige sobrecarga muscular;
  • transporte e descarga de materiais;
  • adaptação do mobiliário e do equipamento às circunstâncias laborais.

Conforme estudo de Henri Savall, pesquisador francês, ao investir em ergonomia no trabalho, sua empresa terá uma série de vantagens, como a diminuição de até 3% da ausência do funcionário no trabalho e a redução do desperdício de matéria-prima em cerca de 25%.

Então vamos conhecer a relação custo-benefício da AET para o seu negócio.

Qual a relação custo-benefício da AET para sua empresa?

A questão custo-benefício decorrente das intervenções ergonômicas é um item essencial nas negociações envolvendo ergonomistas e dirigentes de organizações em geral.

Sabe-se que a tomada de decisão das organizações envolve três razões principais:

  • obter maior lucratividade: ao ser utilizada com cuidado e critério, a ergonomia traz mais qualidade aos colaboradores e minimiza os custos relativos às consequências de lesões no trabalho. Evita, assim, perdas relativas à produtividade e baixa qualidade na produção, entre outros;
  • evitar consequências negativas: se não cumprir a legislação, a empresa deve estar ciente de que isso vai trazer riscos jurídicos e financeiros decorrentes da não aplicação da Norma Regulamentar NR-17;
  • estar de acordo com a legislação: as análises ergonômicas do trabalho devem ser realizadas por profissionais com a devida especialização em ergonomia. Assim, será garantido um ambiente de trabalho satisfatório e seguro de acordo com a legislação.

Resumindo, a aplicação dos princípios ergonômicos deve e pode ser apresentada como uma boa estratégia de negócios e a questão financeira não deve ficar de fora da tomada de decisão.

A ergonomia, quando colocada como requisito de melhoria contínua, pode ser aliada ao sistema da qualidade. Quando aplicada dessa forma, reduz custos em todas as fases do ciclo de desenvolvimento de um produto.

Ao estar associada ao movimento da qualidade, a ergonomia se coloca como uma base para a proposta de melhoria contínua dos processos produtivos, trazendo importantes benefícios que veremos a seguir.

Quais as vantagens da Análise Ergonômica do Trabalho em termos de custo-benefício?

Com a ampliação do uso da ergonomia pelas empresas, a interação entre homem e trabalho trouxe ao ambiente laboral mais facilidade na execução das tarefas e benefícios aos trabalhadores.

Agora que sabemos que a ergonomia deve ser vista como investimento numa decisão empresarial, mostraremos as categorias associadas à economia quando a ergonomia é bem empregada.

  • custos poupados: incluem a identificação do problema central, ampliação da produtividade, diminuição de danos, melhoria no moral da equipe, mais competência e outras;
  • custos evitados: incluem perda de vendas, aumento do treinamento, melhor suporte e manutenção, taxas de rejeição menores e novas oportunidades que envolvem projeto de sistemas flexíveis, maior âmbito de usuários e expansão de mercados para negócios.

Entre os custos decorrentes da falta de ergonomia nos processos produtivos estão os salários dos trabalhadores afastados em razão de acidentes ou doenças profissionais. São denominados custos ocultos, como horas extras pagas, maior número de trabalhadores contratados, tempo de treinamento com novos empregados e para que os novos trabalhadores consigam atingir o ritmo de produção dos trabalhadores afastados.

Além disso, gera outros problemas, como incremento na taxa de formação de resíduos de produção, aumento do retrabalho, diminuição da qualidade do produto ou serviço, redução da produtividade, custos adicionais de manutenção e danos em máquinas e equipamentos.

Como vimos, as perdas pela ausência de ergonomia nos ambientes de trabalho passam muitas vezes pela falta de percepção. Assim, adequar a iluminação e prover os locais com cadeiras e mesas ergonômicas pode ser simples, mas é preciso analisar que nem sempre o colaborador acerta a regulagem e isso pode gerar inadequações de postura e problemas futuros.

Por isso é importante investir em treinamento, a fim de que o trabalhador faça uso adequado do mobiliário. Nesses aspectos, vale chamar a atenção, porém, para o fato de que os profissionais da área de Segurança do Trabalho muitas vezes não são controlados nas empresas.

Entre os maiores riscos estão aqueles ligados às pressões e estresse e enfermidades relacionadas às doenças nas articulações pelo trabalho repetitivo. Eles ocorrem quando não há um planejamento que leve em conta o conforto na realização da atividade.

O resultado é a perda de produtividade na organização, pois o funcionário comparece ao trabalho, mas não rende o suficiente por ter sua capacidade física ou intelectual reduzida. Dessa forma, aumenta o número de afastamentos de trabalhadores no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

Outros problemas são:

Trabalho repetitivo

Considerado o principal desencadeador dos distúrbios dos membros superiores, o fator repetitividade promove negativamente ciclos curtos que geram risco significativo. Trabalhadores que se submetem a essa situação, sem pausas ou regulação, com o passar do tempo apresentam lesão ou distúrbio.

De acordo com dados, entre 3 mil e 6 mil repetições por turno, os riscos ocorrem entre 12% e 20% dos trabalhadores. Apenas abaixo de 1 mil é considerada exposição segura.

Movimentação de cargas pesadas

O manuseio de pesos causa sobrecarga fisiológica nos músculos tanto da coluna como nos membros inferiores. Grande parte dos traumas musculares ocorre por esse trabalho. Isso é decorrente da constante variação das capacidades físicas de cada um e frequentes substituições de trabalhadores e treinamentos insuficientes.

Esforços muito intensos feitos com os membros superiores são de alto potencial lesivo, principalmente porque, para eles, as pausas ou rodízios são mecanismos ineficazes de compensação.

No que se refere à organização do trabalho, as ocorrências mais comuns são:

  • carga de trabalho excessiva;
  • insuficiência de pessoal;
  • mão de obra despreparada;
  • prazos sem considerar capacidade de mão de obra;
  • urgências e emergências;
  • retrabalho e retrocesso;
  • material insuficiente para completar o trabalho;
  • falta de manutenção;
  • qualidade do material;
  • esforço extra dos trabalhadores.

Esses fatores geram sobrecarga no trabalho, além de tensão, que se coloca na forma de horas extras em excesso, turnos dobrados, trabalhos aos fins de semana e feriados. Dessa forma, não sobra tempo para se recuperar da fadiga.

O resultado é a tensão interna dos músculos, prejuízo à circulação do sangue e dor nos músculos do pescoço e ombros, conhecida como “dor em cabide”, quando acontece o acúmulo de ácido láctico.

Já os riscos psicossociais oriundos da má gestão do trabalho podem ter efeitos negativos sobre os aspectos psicológico, social e físico. As causas são estresse, depressão e esgotamento.

Como vimos, não é muito difícil alcançar todos os grandes benefícios da análise ergonômica do trabalho e fazer com que sua empresa inclua a AET na tomada de decisão. Basta ter responsabilidade e o apoio de uma boa consultoria que ofereça serviços para a qualidade de vida e bem-estar dentro da empresa, no conceito de saúde preventiva.

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