Envelhecimento e qualidade de vida: dois aspectos que antes pareciam tão distantes um do outro, hoje se tornaram cada vez mais próximos. Até meados do século passado havia uma certa idéia corrente de que a chegada da 3ª idade era sinônimo de muitas perdas e o início de um processo de abandono e finitude. Mas hoje, com os avanços nas áreas ligadas à saúde, as pessoas estão conseguindo viver mais e melhor.
Será que isto é verdadeiro para todas as pessoas? Poderíamos viver mais e melhor do que estamos realmente vivendo hoje em dia?
Este início do século XXI mostra uma preocupação grande com a questão da Qualidade de Vida. Observamos um aumento considerável de artigos sobre pesquisas em qualidade de vida, principalmente em relação aos idosos.
Qualidade de vida tem a ver com a nossa percepção de como estamos envelhecendo.
As pesquisas mostram que o processo de envelhecer de forma saudável é dependente em 50% de nosso estilo de vida, sendo o restante relativo ao meio ambiente e a carga genética. Isto mostra que, pelo menos, metade dele depende do que nós fazemos com nossa própria vida ou do que deixamos de fazer.
Dependendo dos hábitos de vida, o início do processo de envelhecimento varia na população, podendo ocorrer por volta dos 40 anos em algumas pessoas e depois do 50 anos em outras. Mas independentemente desse início, todos os seres humanos serão afetados pelo processo de envelhecimento, ocorrendo, entre outros fatores, perda da massa muscular, diminuição da densidade óssea, enrijecimento das grandes artérias, maior espessura das pequenas artérias, aumento da pressão arterial em repouso e durante o esforço. Dessa forma pode-se compreender a extrema importância dos exercícios físicos para a manutenção ou o aumento da qualidade de vida na pessoa que está envelhecendo, assim como o tipo, prescrição e a observação desses exercícios a serem desenvolvidos para a população em questão, entre eles os de força, aeróbico, flexibilidade, equilíbrio, agilidade e os combinados.
O adulto que não está engajado em um programa de treinamento de força pode perder, aproximadamente, 400 a 500 g de massa muscular por ano depois da quinta década de vida. Porém até o final da década de 1980, as pesquisas científicas não enfatizavam o treinamento de força muscular para idosos. Todavia, a partir de 1990, os estudos demonstraram que idosas frágeis em com faixa etária muito elevada, por volta de 90 anos, possuíam capacidade de aumentar força muscular em torno de 145%, além de incrementar em até 50% a sua velocidade de deslocamento a partir de um único exercício com alta intensidade.
Os exercícios escolhidos dependem dos objetivos e alguma eventual limitação clínica do idoso. Os exercícios de força devem inicialmente estar voltados aos grandes grupos musculares, aumentando gradativamente sua intensidade sem esquecer o intervalo para recuperação. A duração depende do objetivo a ser alcançado. Considerando o treinamento voltado para a saúde e qualidade de vida, torna-se imprescindível a inclusão de exercícios do cotidiano do idoso.
Quanto aos exercícios aeróbios, sua principal função está voltada à redução dos riscos para doença cardiovascular. O treinamento de flexibilidade também tem uma importância muito grande para a manutenção e melhora da autonomia no idoso, possibilitando uma maior amplitude de movimento. Recomenda-se o alongamento nos membros inferiores e na musculatura posterior do tronco.
O equilíbrio e a agilidade são qualidades física importantes a serem inseridas em um programa de exercícios para idosos pois reduzem o risco de quedas. Atividades como o tai chi podem melhorar muito o equilíbrio em idosos. Os exercícios envolvendo especialmente o equilíbrio e agilidade devem ser inseridos no início da sessão, a fim de que o sujeito possa realizá-los sem fadigar, otimizando as respostas motoras.
Portanto, nunca é tarde para começar, movimentar-se é essencial para a máquina perfeita que é nosso corpo não enferrujar, sem dúvida os exercícios físicos são benéficos para um envelhecimento com saúde e qualidade de vida.