Bares e restaurantes lotados e um fumacê com atitudes coercitivas. Esse cenário é comum para quem circula na noite teresinense. Porém, os males ocasionados só podem ser detectados depois, principalmente para os fumantes passivos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o fumo passivo é a terceira maior causa de mortes evitáveis.
Mesmo não sendo permitido fumar em locais fechados, de uso coletivo, como bares, restaurantes e casas noturnas, bem como em fumódromos e áreas antes reservadas para fumantes, em ambiente de trabalho ou lazer, uma coisa é certa: quem não fuma não é obrigado a respirar a fumaça dos outros.
A Organização Mundial da Saúde estima que em 2030, 10 milhões de pessoas morrerão anualmente vítimas do cigarro. O mais grave é que sete em cada 10 dessas mortes ocorrerão em países em desenvolvimento. O cigarro é a principal causa do câncer de pulmão e é fator de risco para outros tipos de câncer (laringe, pâncreas, rim, bexiga), doenças cardiovasculares e respiratórias.
O que mais tem assustado as pessoas em relação ao tabagismo, principalmente aqueles que não tem o vício, é saber que mesmo os não-fumantes estão expostos aos riscos causados pelas substâncias tóxicas presentes no tabaco. Adultos e crianças que convivem com fumantes em ambientes fechados, são chamados de ‘fumantes passivos’.
O chamado “fumante passivo” é aquele indivíduo que não fuma, mas acaba respirando a fumaça dos cigarros fumados ao seu redor. A fumaça respirada pelo fumante passivo é uma combinação de mais de 400 substâncias químicas, na forma de partículas e gases como o cianeto de hidrogênio, o dióxido de enxofre, o monóxido de carbono, a amônia e a nicotina.
Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, essa fumaça pode ser classificada como carcinógeno humano de “classe A”, isto é, um tipo de substância para a qual não há nível inócuo de exposição. Segundo o otorrinolaringologista Victor Campelo, as principais manifestações clínicas em fumantes passivos adultos são sintomas respiratórios em pacientes sadios, exacerbação de efeitos irritativos em pacientes alérgicos, aumento da taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares (25 a 35%), de câncer de pulmão, desenvolvimento de câncer do colo do útero, boca, garganta, laringe, esôfago, bexioga, rim, pâncreas, cérebro, tireóide e mama.
“Asmáticos expostos à fumaça do cigarro têm maior risco de dispnéia (falta de ar) e de restrições das atividades diárias. Adultos continuamente expostos à fumaça do cigarro têm maior risco de desenvolver asma do que os não expostos (40 a 60%). As principais queixas físicas apresentadas pelos fumantes passivos são: ardência ou queimação das mucosas com irritação ocular e da garganta, náuseas, cefaléia, espirros, congestão nasal, rinite e tosse”, finaliza o especialista.